Regime psicobiótico: alimentos fermentados ou ricos em prebióticos para reduzir o stress?
Reduzir a sua ansiedade, gerir o seu stress diariamente, uma esperança para uma grande parte da população presa na rotina metro trabalho... Knock Out! Optar por uma alimentação rica em compostos benéficos para a microbiota intestinal ou "psicobióticos" seria uma das formas de o conseguir, revela um estudo.
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Sobre este artigo
Ter um frio na barriga, inquietar-se, digerir mal uma má notícia... Sabemos "visceralmente" que nosso intestino e a nossa cabeça conversam constantemente segundo as nossas emoções. Este "eixo intestino-cérebro ", que transita pela microbiota digestiva, representa hoje uma verdadeira avenida para novos horizontes de conhecimento… e de soluções para melhorar o nosso bem-estar físico e mental. Assim, numerosos trabalhos científicos revelam que a microbiota intestinal está implicada nos nossos mecanismos cerebrais e, por consequência, na nossa saúde (sidenote: Cognição Conjunto de processos mentais associados ao conhecimento, que atuam sobre a atenção, a aprendizagem, a inteligência, a linguagem, a memória, a perceção, a tomada de decisão, a resolução de problemas, o raciocínio, etc. Cognition_National Cancer Institute ) e mental.
A ansiedade, a depressão e certos distúrbios de humor estão, desta forma, associados a uma disbiose intestinal. Logo a alimentação desempenha um papel importante no equilíbrio da nossa microbiota intestinal. Ela pode ser um meio de apoiar a nossa moral, em particular se contiver compostos psicobióticos (que atuam no cérebro através da microbiota intestinal), por exemplo, os alimentos fermentados ou naturalmente ricos em prebióticos.
O que é um regime psicobiótico?
Particularmente benéfico para a microbiota intestinal, o regime psicobiótico privilegia o consumo de alimentos prebióticos (cebola, alface, couve, maçã, banana...) e alimentos fermentados (chucrute, quefir, kombucha).
O efeito dos psicobióticos no menu
Uma equipa de investigadores explorou o impacto de um regime psicobiótico durante 4 semanas, sobre a microbiota intestinal assim como sobre o humor e a sensação de stress em 24 adultos saudáveis, em comparação com 21 indivíduos de controlo. O regime do grupo "psicobiótico" privilegiava alimentos benéficos à microbiota intestinal, com cereais completos, frutos e legumes com alto teor em prebióticos (cebola, alface, couve, maçã, banana...) e alimentos fermentados (chucrute, quefir, kombucha) e reduzia a porção de doces, refrigerantes e "fast-food". A dieta do grupo de controlo simplesmente foi orientada pelos conselhos dietéticos clássicos de equilíbrio alimentar.
Menos stress em menos de um mês
Ao final de 4 semanas, os dois grupos beneficiaram da alteração dos seus hábitos alimentares, com a diminuição do nível de stress observado pelos participantes em relação ao início do estudo. Mas esta redução apenas foi significativa (32%) no grupo “psicobiótico” e mais importante quanto o regime era seguido com mais assiduidade. A análise das amostras de fezes dos participantes apenas revelou ligeiras diferenças na composição das suas microbiotas intestinais. Entretanto, uma mudança significativa em certos compostos chamados (sidenote: Metabolitos Pequenas moléculas produzidas durante o metabolismo celular ou bacteriano. Os ácidos gordos de cadeia curta são, por exemplo, metabólitos produzidos pela microbiota intestinal durante a fermentação de açúcares complexos não digestivos (fibras...). Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. Lamichhane S, Sen P, Dickens AM, et al An overview of metabolomics data analysis: current tools and future perspectives. Comprehensive analytical chemistry. 2018 ; 82: 387-413 ) lipídicos foi observada no grupo "psicobiótico" (e não no grupo de controlo). Segundo os investigadores, isto pode resultar da redução do fornecimento de gorduras alimentares no regime psicobiótico mas sugerir também que a microbiota intestinal influencia o humor regulando o metabolismo das gorduras.
A microbiota intestinal
Assim, alimentar bem a nossa microbiota intestinal poderá ajudar-nos a reduzir o stress...São necessários, agora, estudos mais longos que incluam um maior número de indivíduos para confirmar o efeito de um regime psicobiótico sobre o stress, mas também para esclarecer os mecanismos adjacentes e o papel da microbiota nestes benefícios.