Fibrose Quística
A fibrose quística é uma doença genética rara que se manifesta através de problemas respiratórios e digestivos graves. Parece haver uma ligação entre estes sintomas e a microbiota gastrointestinal.
- Descubra as microbiotas
- Microbiota e doenças associadas
- Aja sobre a sua microbiota
- Publicações
- Sobre o Instituto
Acesso a profissionais de saúde
Encontre aqui o seu espaço dedicadoen_sources_title
en_sources_text_start en_sources_text_end
Capítulos
Sobre este artigo
Estima-se que 105.000 pessoas foram diagnosticadas com fibrose quística em 94 países. A França foi o primeiro país do mundo a introduzir o rastreio à nascença.
Alteração na proteína CFTR envolvida
A fibrose quística é causada por uma alteração na proteína CFTR (do inglês, Cystic Fibrosis Transmembrane conductance Regulator), resultante de uma mutação no seu gene. A proteína CFTR normal regula trocas de água e sais minerais ao longo das membranas celulares. Quando existe uma alteração nesta proteína, há um aumento na viscosidade do muco, fazendo com que este se acumule no trato respiratório e digestivo. Esta acumulação é o cenário ideal para infeções bacterianas no trato respiratório e pode levar mesmo levar a falência respiratória. No sistema digestivo, a fibrose quística leva a insuficiência pancreática que afeta a digestão, a absorção de nutrientes, o crescimento e manifesta-se com alternância entre diarreia e obstipação.
Desequilíbrio na microbiota
Um desequilíbrio na microbiota intestinal pode estar associado aos sintomas respiratórios da fibrose quística. Esta disbiose, observada antes do aparecimento dos primeiros sinais, pode ser agravada pela doença e estar associada ao tratamento com antibióticos. Contribui para a subnutrição, atrasos no crescimento e, mais comummente, para complicações digestivas e respiratórias nestes doentes.
Reduzir sintomas
O tratamento a estes doentes é dado em centros especializados; o seu objetivo específico é limpar os brônquios usando descongestionantes brônquicos e broncodilatadores, em combinação com sessões de reabilitação respiratória. A cada três a quatro meses, é prescrito tratamento com antibióticos. Problemas digestivos são tratados com uma dieta hipercalórica, suplementada com extratos pancreáticos e vitaminas.
No futuro, novas estratégias terapêuticas que visem impactar a microbiota durante as primeiras semanas de vida através da amamentação ou do uso de probióticos poderão atrasar as lesões respiratórias, reforçar o sistema imunitário destes doentes e, como resultado, reduzir a morbilidade e mortalidade associadas à fibrose quística.
- Cystic Fibrosis Foundation
- Le dépistage néonatal systématique de la mucoviscidose en France : état des lieyx et perspectives après 5 ans de fonctionnement. Haute Autorité de Santé, janvier 2009. https://www.has-sante.fr/portail/upload/docs/application/pdf/2009-04/rapport_depistage_neonatal_systematique_de_la_mucoviscidose_en_france.pdf
- Hoen GA, Li J, Moulton LA, et al. Associations between gut microbial colonization in early life and respiratory outcomes in cystic fibrosis. J Pediatr 2015 ; 167 : 138-47.
- Madan JC. Neonatal Gastrointestinal and Respiratory Microbiome in Cystic Fibrosis: Potential Interactions and Implications for Systemic Health. Clin Ther. 2016 April ; 38(4): 740–746.