Dermatite atópica: salvar a pele do fungo Malassezia
Os fungos microscópicos que habitam a nossa pele contribuem também para a sua saúde. Assim, nos doentes que sofrem de dermatite atópica grave, o fungo Malassezia perdeu o brilho e cedeu (demasiado?) terreno outrora seu a outras espécies1.
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![Photo: Dermatite atopique : il faut sauver la peau du champignon Malassezia](/sites/default/files/styles/image_1110x465/public/2022-10/shutterstock_1944910879.jpg.webp?itok=oaertSCa)
Sobre este artigo
Pele seca, com prurido e manchas vermelhas - particularmente ao nível das dobras - que surgem por crises: a dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele que afeta quase 1 em cada 5 bebés. Embora a idade favoreça uma evolução positiva, calcula-se que 1 em cada 10 adultos nos países desenvolvidos sofre de DA.
1 em cada 5 A dermatite atópica afecta quase 1 em cada 5 bebés.
Porquê o meu filho, porquê eu? A resposta é múltipla, envolvendo a hereditariedade (filhos de adultos afetados pela DA são também mais suscetíveis de sofrer dela) e o sistema imunitário. Mas não só. A microbiota da pele, comunidade complexa de (sidenote: Microrganismos Organismos vivos que são demasiado pequenos para serem vistos a olho nu. Incluem as bactérias, os vírus, os fungos, as arqueias, os protozoários, etc., e são vulgarmente designados "micróbios". What is microbiology? Microbiology Society. ) (bactérias, fungos, parasitas e vírus) que vivem na nossa pele, também se encontra sob escrutínio.
Prevalência
Estima-se que a dermatite atópica afete até 20% dos bebés e 3% dos adultos em todo o mundo2, e mesmo 10% dos adultos nos países desenvolvidos3.
Malassezia a meio mastro
Nos doentes com DA, algumas bactérias tendem a estar demasiado presentes, tais como os Staphylococcus aureus, enquanto outras se encontram em recuo, caso das Cutibacterium. Mas, e quanto aos fungos microscópicos? A resposta ainda não era muito clara até este recente estudo vir mostrar que, em casos de dermatite grave, a flora fúngica da pele difere. Por exemplo, o fungo Malassezia, que predomina na pele saudável, é menos proeminente na DA. O seu domínio esbate-se e outros fungos como Candida ou Debaryomyces aproveitam isso para se instalarem. Portanto, na dermatite grave, a Malassezia já não funciona como rainha suprema dos fungos da pele, o que resulta numa maior diversidade fúngica.
Além disso, é possível que a evolução das tropas bacterianas e fúngicas esteja ligada. Assim, uma maior presença de S. aureus poderá favorecer a proliferação de Candida, uma vez que estes dois microrganismos são capazes de estabelecer sinergias.
Em relação com a gravidade da DA
Finalmente, (sidenote: Disbiose A "disbiose" não é um fenómeno homogéneo – varia em função do estado de saúde de cada indivíduo. É geralmente definida como uma alteração da composição e do funcionamento da microbiota, causada por um conjunto de fatores ambientais e relacionados com o indivíduo que perturbam o ecossistema microbiano. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232. ) cutânea parece estar ligado ao grau da DA. Com algumas exceções, a microbiota cutânea de um paciente com DA não grave revela-se bastante semelhante à de uma pele saudável. Em contrapartida, os investigadores demonstram existir uma forte divergência entre os pacientes com DA grave, por um lado, e aqueles com pele saudável ou com DA ligeira a moderada, por outro. Nomeadamente porque a Malassezia se vai reduzindo a um resquício insignificante...
A microbiota da pele
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"Informações bastante úteis num só lugar!" - Comentário traduzido de Владимир Владимиров (Da My health, my microbiota)
2. Ellis SR, Nguyen M, Vaughn AR, et al. The Skin and Gut Microbiome and Its Role in Common Dermatologic Conditions. Microorganisms. 2019;7(11):550.
3. Langan SM, Irvine AD, Weidinger S. Atopic dermatitis. Lancet. 2020 Aug 1;396(10247):345-360.