Imunoterapia ainda mais eficaz graças à microbiota intestinal dos idosos
Reconhecida desde a década de 2010 como uma estratégia terapêutica eficaz no combate ao cancro, a imunoterapia mostra por vezes os seus limites em alguns pacientes. Investigações recentes indicam que uma modulação da microbiota intestinal poderá impulsionar o nosso sistema imunitário na luta contra a proliferação de células cancerígenas.
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Sobre este artigo
Impulsionar o sistema imunológico e remobilizá-lo para que seja capaz de reconhecer e eliminar as células cancerosas: este é o princípio da imunoterapia, que revoluciona o tratamento do cancro desde a década de 2010. No entanto, há uma limitação: em alguns pacientes, ela revela-se pouco eficaz.
1/6 O cancro é uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por quase 10 milhões de mortes em 2020, o que corresponde a quase um em cada seis óbitos.
Os estudos parecem demonstrar que a microbiota intestinal poderá determinar o resultado deste tratamento, uma vez que certas bactérias que habitam o nosso tubo digestivo segregam moléculas capazes de dar um impulso ao nosso sistema imunitário na luta contra a proliferação de células cancerosas. Assim, alguns investigadores tentaram modificar a flora intestinal dos seus doentes antes do tratamento de imunoterapia, de forma a que esta estimulasse o tratamento. Um dos meios utilizados para isso foi o transplante de microbiota fecal.
1/3 Apenas 1 em cada 3 pessoas afirma que o seu médico já lhe explicou o que é a microbiota (34% em comparação com 55% para pessoas entre os 25 e os 34 anos de idade)
1/3 Apenas 1 em cada 3 pessoas já conseguiu que o seu médico lhe explicasse como manter a sua microbiota equilibrada (37% contra 60 % para pessoas entre os 25 e os 34 anos de idade)
É melhor uma microbiota de idoso
Se tivesse de receber um pouco de microbiota fecal de outra pessoa (sim, esta é agora uma das soluções terapêuticas reconhecidas ou em estudo para muitas doenças), teria tendência a escolher um dador jovem e saudável. Isso é também o que os investigadores fazem. Mas talvez tenham de reavaliar a sua opção e preferir as fezes de um dador que já tenha apagado mais de 80 velas e ainda esteja em boa forma!
Números-chave
Os cancros mais frequentes (por número de casos registados) são: 2
- cancro da mama (2,26 milhões de casos);
- cancro do pulmão (2,21 milhões de casos);
- cancro colorretal (1,93 milhões de casos);
- cancro da próstata (1,41 milhões de casos);
- cancro da pele (não melanoma) (1,20 milhões de casos);
- cancro do estômago (1,09 milhões de casos).
Os cancros com mais mortalidade são:
- cancro do pulmão (1,80 milhões de óbitos)
cancro colorretal (916.000 óbitos)
cancro do fígado (830.000 óbitos)
cancro do estômago (769.000 óbitos)
cancro da mama (685.000 óbitos)
Há pouco tempo, um estudo 1 revelou que as pessoas com mais de 60 anos respondiam melhor à imunoterapia e que, com o passar dos anos, a sua taxa de sobrevivência superava o prognóstico. Porquê?
Isto dever-se-á ao facto de, com a idade, a sua microbiota intestinal parecer evoluir em favor de um conjunto de bactérias que são mais benéficas para os resultados da imunoterapia. Tanto assim é que o transplante destas bactérias típicas da terceira idade para ratinhos com cancro, antes de os tratar com imunoterapia, reduziu mais o crescimento dos seus tumores do que sem o transplante fecal.
Como se explicam tais resultados? À partida, porque estas bactérias "de velho" fornecem um impulso "jovem" a um sistema imunitário que tem tendência para se desgastar com o passar dos anos. A este respeito, parece que para uma microbiota saudável, o valor sabe esperar pelo número de anos.