Observatório Internacional de Microbiotas Resultados de 2024

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Biocodex Microbiota confiou à Ipsos a realização de uma grande enquete internacional junto de 7 500 pessoas, em 11 países, para entender melhor o nível de conhecimento e os comportamentos das populações em relação ao seu microbiota.

Esta pesquisa exclusiva revela que a conscientização sobre a importância do microbiota para a saúde está crescendo ligeiramente, mas ainda há um longo caminho a percorrer...

1. Os conhecimentos sobre a microbiota e suas funções estão crescendo globalmente, apesar de ainda ser amplamente desconhecida como um órgão.

23%

Apenas 1 em cada 5 pessoas declara saber exatamente o que significa o termo 'microbiota'

26%

O microbiota intestinal continua a ser o microbiota mais conhecido: 26% sabem exatamente o que é. Em seguida, vêm o microbiota vaginal (20%), o microbiota oral (20%), o microbiota cutâneo (17%) e o microbiota urinário (16%).

34%





 



Apenas 1 em cada 3 pessoas já tinha ouvido falar do termo disbiose (ou seja, um desequilíbrio do microbiota).

microbiota

O quanto nós o conhecemos bem?

Microbiota intestinal

Apenas 26% dos entrevistados afirmaram saber exatamente o que é a microbiota intestinal.
(+2 pontos em comparação a 2023)

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Microbiota vaginal

Apenas 20% dos entrevistados afirmaram saber exatamente o que é a microbiota vaginal.
+2 pontos em comparação a 2023.

Saiba mais sobre a microbiota vaginal...
A microbiota ORL

Apenas 20% dos entrevistados afirmaram saber exatamente o que é a microbiota ORL.
(+3 pontos em comparação a 2023)

Saiba mais sobre a microbiota ORL...
A microbiota da pele

penas 17% dos entrevistados afirmaram saber exatamente o que é a microbiota da pele.

Saiba mais sobre a microbiota da pele...
A microbiota urinária

Apenas 16% dos entrevistados afirmaram saber exatamente o que é a microbiota urinária.

aiba mais sobre a microbiota urinária...
Disbiose (desiquilíbrio da microbiota)

Apenas 34% dos entrevistados já tinham ouvido falar do termo disbiose (ou seja, um desequilíbrio da microbiota)

Saiba mais sobre disbiose...

2. Para manter a microbiota equilibrada, as pessoas estão começando a mudar seus comportamentos.

Comportamentos adequados

Mais de metade da população interrogada (58%) declara já ter alterado os seus comportamentos de modo a proteger melhor o equilíbrio e o bom funcionamento da sua microbiota. Não obstante, esta consciencialização deve ser relativizada: são apenas 17% a fazer “muito” e 2 pessoas em 5 dizem fazer apenas “um pouco” (41%)

Dieta, atividade física...

Nutrition sportive personnalisée

Uma grande maioria afirma que segue uma dieta equilibrada e variada (84%), pratica atividade física (78%), evita fumar (76%) ou limita alimentos processados (75%) para reduzir o risco de desequilíbrio da microbiota.

Comportamentos inadequados

59% declaram tomar banho muitas vezes por dia, uma prática suscetível de provocar uma disbiose (um desequilíbrio na composição da microbiota que pode provocar numerosos problemas de saúde) e 42% das mulheres efetuam duches vaginais, apesar de ser nocivo para a microbiota vaginal.

Já ouviu falar de “disbiose”?

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Young parents

3. Uma “idade de ouro da microbiota”? Os pais e as pessoas com 25-44 anos são os maiores conhecedores da microbiota contrariamente aos idosos

76%

 

 

 

Três em cada quatro pais de crianças menores de 3 anos já ouviram falar do termo "microbiota" (em comparação com 70% no geral), como 78% dos adultos de 25 a 34 anos e 75% dos adultos de 35 a 44 anos.

68%

 

 

Quase 7 em cada 10 pais de crianças pequenas (68%) afirmaram ter modificado seus comportamentos para proteger o equilíbrio e o funcionamento adequado de sua microbiota (em comparação com 58% no geral).

34%

Apenas um terço dos idosos recebeu informações de seu profissional de saúde sobre a microbiota, seu papel e funções (34%, em comparação com 45% no geral).

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4. Reconhecidos pela população mundial como a fonte de informações mais fiável sobre a microbiota, os profissionais de saúde desempenham um papel crucial: encorajam a adoção de bons comportamentos pelos seus pacientes.

78%






mais de 3 inquiridos em 4 consideram os profissionais de saúde como a 1ª fonte de informação mais fiável sobre a microbiota

45%

No entanto, a informação fornecida pelos profissionais alcança apenas uma minoria das pessoas.
45% já receberam explicações sobre o que é a microbiota.

95%

 

 

 



Mais de 9 em cada 10 pessoas que frequentemente se beneficiaram de informações de seus profissionais de saúde adotaram comportamentos para manter uma microbiota equilibrada, em comparação com 58% entre todos os entrevistados.

E, apenas uma em cada três pessoas foi informada por eles de que tomar antibióticos poderia ter consequências negativas no equilíbrio de sua microbiota.

Antibiotics: what impact on the microbiota and on our health?

Antibióticos: que impacto na microbiota e na saúde?

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"Esta segunda edição mostra mais uma vez que os pacientes que recebem informações dos profissionais de saúde têm uma abordagem mais saudável em relação à sua microbiota. Além disso, isso desencadeia ciclos comportamentais virtuosos. Portanto, precisamos fornecer mais apoio aos profissionais de saúde para integrar totalmente a microbiota no caminho do cuidado ao paciente."

Murielle Escalmel Corporate Scientific Communication Director - Biocodex Microbiota Institute
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5. Existem verdadeiras disparidades por país em relação ao conhecimento das microbiotas e dos comportamentos adotados para preservar o seu equilíbrio.

  • Os vietnamitas (92%), os franceses (85%), os chineses (76%), os espanhóis (76%) e os polacos (75%) são os mais familiarizados com o termo microbiota, enquanto que os americanos (62%), os portugueses (62%), os marroquinos (59%) e os finlandeses (41%) são os menos familiarizados. Os conhecimentos sobre a microbiota intestinal são igualmente heterogéneos: os vietnamitas (87%), os franceses (70%), os chineses (65%), os mexicanos (62%) e os espanhóis (61%) destacam-se por um melhor conhecimento.

 

  • O México, o Brasil, a China, o Vietname e a Polónia são os países onde as populações estão mais sensibilizadas pelos profissionais de saúde sobre o papel e a função das microbiotas, com uma adoção mais forte de comportamentos benéficos. Os vietnamitas (84%), os mexicanos (67%), os chineses (62%) e os polacos (65%) são os que mais modificaram os seus comportamentos.

 

  • Por outro lado, a Finlândia, Portugal, a França, a Espanha, os Estados Unidos e Marrocos estão aquém quanto ao conhecimento das microbiotas e à adoção de comportamentos para cuidar da saúde. Os finlandeses, por exemplo, são apenas um terço (36%) dos que modificaram os seus comportamentos e são muito poucos os que foram sensibilizados sobre os bons comportamentos a adotar (20%).

Etienne Mercier, Diretor do polo de opinião e saúde, comenta os resultados de 2024.

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O comitê científico

Em 2024, foi constituído um comitê científico internacional multidisciplinar para:

  1. Supervisionar o processo editorial da pesquisa de 2024 realizada pela Ipsos.
  2. Realizar uma análise crítica sobre a pesquisa de 2024 e seus resultados em seu campo (gastroenterologia, ginecologia, dieta...) em um artigo científico, entrevista ou outra publicação que possa ser compartilhada no site do Instituto e disponível em 7 idiomas.
  3. Promover e apoiar o lançamento do Observatório Internacional da Microbiota em nível nacional entre colegas, médicos, pacientes, sociedades médicas, etc.

Este comitê científico é composto por:

Observatory photo: Scientific board - Hanna Stolińska-Fiedorowicz

Hanna Stolińska-Fiedorowicz, PhD

Polônia Dietista clínica, palestrante, formada pela Universidade Médica de Varsóvia. Trabalhou no Instituto de Alimentação e Nutrição por 7 anos. Confira o perfil dela no LinkedIn aqui.

Observatory photo: Scientific board - Joël Doré

Joël Doré, PhD

França Diretor de Pesquisa no INRA e Diretor Científico do MetaGenoPolis. Confira o perfil dele no LinkedIn aqui.

Observatory photo: Scientific board - Purna C. Kashyap

Purna C. Kashyap, M.B.B.S.

EUA Gastroenterologista, Mayo Clinic College of Medicine. Confira o perfil dele no LinkedIn aqui.

Observatory photo: Scientific board - Jean-Marc Bohbot

Jean-Marc Bohbot, MD, PhD

França Andrologista, especialista em doenças infecciosas, Institut Alfred Fournier. Confira o perfil dele no LinkedIn aqui.

Metodologia

Esta segunda edição do Observatório Internacional do Microbiota foi realizada pela Ipsos junto de 7.500 pessoas em 11 países(França, Espanha, Portugal, Polónia, Finlândia, Marrocos, EUA, Brasil, México, China e Vietname). Nesta segunda edição, foram incluídos quatro novos países: Polónia, Finlândia, Marrocos e Vietname.

O inquérito foi realizado através da Internet entre 26 de janeiro e 26 de fevereiro de 2024. Em cada país, a amostra inquirida é representativa da população do país com idade igual ou superior a 18 anos, em termos de :

  • género
  • idade
  • profissão
  • região

A representatividade foi assegurada pelo método das quotas, que é o plano de amostragem mais utilizado para obter uma amostra representativa da população estudada. Dentro de cada país, as variáveis de quota foram o sexo, a idade, a região e a categoria socioprofissional. Os dados foram ajustados :

  • Os dados foram ajustados dentro de cada país para garantir, mais uma vez, que cada população era representativa
  • globalmente, de modo a que cada país represente o mesmo peso. As análises estatísticas foram efectuadas com o software Cosi (M.L.I., França, 1994), com um nível de significância de 95%.


A população do inquérito era constituída por 48% de homens e 52% de mulheres. A idade média era de 46,1 anos. A amostra de 7.500 indivíduospermite uma análise pormenorizada por grupo etário:

  • 18-24 anos
  • 25-34 anos
  • 35-44 anos
  • 45-59 anos
  • 60 anos e mais

As alterações medidas de um ano para o outro foram calculadas numa base comparável, ou seja, tendo em conta apenas os países que foram incluídos tanto na 1.ª como na 2.ª edições do inquérito. Embora tenhamos resultados para os novos países incluídos neste novo inquérito (Polónia, Finlândia, Marrocos e Vietname), estes não foram tidos em conta no cálculo das alterações, uma vez que não estavam presentes na primeira edição do inquérito.

O questionário é composto por 27 perguntas e inclui :

  1. dados sócio-demográficos
  2. avaliação dos conhecimentos sobre a microbiota
  3. o nível e o desejo de informação por parte dos profissionais de saúde
  4. identificação e adoção de comportamentos destinados a combater os desequilíbrios da microbiota
  5.  o nível de conhecimento, de informação e de comportamento das mulheres relativamente ao microbiota vulvo-vaginal
  6. dados de saúde.

O questionário tinha a duração de 10 minutos e os 7.500 indivíduos tinham de preencher todo o questionário para serem incluídos no inquérito. Os termos utilizados no questionário para falar sobre a microbiota foram traduzidos e adaptados de acordo com os termos utilizados em cada país.

BMI-24.25