2024: Aquilo que os idosos sabem (e não sabem) sobre a sua microbiota Observatório Internacional de Microbiotas
O Biocodex Microbiota Institute e a Ipsos levaram a cabo um importante inquérito internacional sobre a microbiota, designado Observatório Internacional da Microbiota. O que é que os idosos sabem sobre a sua microbiota?
- 1. O conhecimento sobre as diversas microbiotas é mais reduzido entre os idosos
- 2. Os idosos são mais propensos a adotarem comportamentos saudáveis para manterem uma microbiota equilibrada
- 3. Os idosos relacionam muito pouco os desequilíbrios da microbiota com as doenças
- 4. Profissionais de saúde: um elemento fundamental na instrução de idosos sobre a microbiota
- Metodologia
A segunda edição deste estudo realça uma vez mais a falta de conhecimento dos idosos sobre a microbiota, que continua a ser amplamente mal conhecida. Contudo, também salienta o facto de os comportamentos surgirem a melhorar este ano, graças a uma maior sensibilização dos profissionais de saúde. Esta sensibilização tem agora de ser reforçada e alargada a todos os idosos.
Aviso: nos resultados seguintes, os idosos são representados pela população com 60 ou mais anos de idade.
1. O conhecimento sobre as diversas microbiotas é mais reduzido entre os idosos
Apenas 1 em cada 10 idosos inquiridos declarou saber exatamente o que significa o termo “microbiota”.
(contra 23% da população geral)
Menos de 2 em cada 10 idosos já tinham ouvido falar da palavra disbiose, ou seja, de um desequilíbrio da microbiota.
(contra 34% da população geral)
No entanto, 3 em cada 4 idosos sabem que a microbiota desempenha um papel importante nos mecanismos de defesa imunitária.
(em igualdade com a população geral)
Que conhecimentos têm os idosos sobre elas?
Apenas 46% dos idosos entrevistados disseram saber o que é a microbiota intestinal.
contra 56% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota intestinal...
Apenas 38% dos idosos entrevistados declararam saber o que é a microbiota vaginal.
contra 49% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota vaginal...
Apenas 37% dos idosos entrevistados afirmaram saber o que é a microbiota oral.
contra 48% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota oral...
Só 34% dos idosos entrevistados declararam saber o que é a microbiota da pele.
contra 46% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota da pele...
Só 33% dos idosos inquiridos afirmaram saber o que é a microbiota urinária.
contra 44% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota urinária...
Apenas 32% dos idosos entrevistados disseram saber o que é a microbiota pulmonar.
contra 42% da população geral
Saiba mais sobre a microbiota pulmonar...
2. Os idosos são mais propensos a adotarem comportamentos saudáveis para manterem uma microbiota equilibrada
Face aos muitos comportamentos a evitar e a adotar para se cuidar da microbiota, os idosos encontram-se entre os melhores exemplos. Apresentamos em seguida um olhar mais atento a tais bons comportamentos.
Apenas 1 em cada 2 idosos entrevistados declarou alterar os seus comportamentos para manter a sua microbiota equilibrada e a funcionar adequadamente.
(contra 58% da população geral)

Alimentação e hábitos alimentares
86% dos idosos inquiridos declararam ter uma dieta variada e equilibrada.
contra 84% da população geral
78% dos idosos entrevistados declararam evitar os alimentos processados.
contra 75% da população geral
Consumo de probióticos e prebióticos
Os idosos parecem não saber exatamente o que são probióticos (apenas 43%) e ainda menos quando se fala de prebióticos (apenas 24%). No entanto, declaram tomar probióticos e prebióticos.
Apenas 43% dos idosos interrogados declararam consumir probióticos (benéficos para a microbiota)
(contra 50% da população geral)
Só 35% dos idosos entrevistados afirmaram consumir prebióticos (benéficos para a microbiota)
(contra 44% da população geral)

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Estilo de vida e higiene geral
76% dos idosos inquiridos declararam praticar atividade física.
contra 78% da população geral
78% dos idosos entrevistados afirmaram não fumar.
contra 76% da população geral
41% dos idosos sondados declararam tomar ducha pelo menos duas vezes por dia.
contra 45% da população geral

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3. Os idosos relacionam muito pouco os desequilíbrios da microbiota com as doenças
A microbiota desempenha um papel fundamental no desencadeamento ou no tratamento de diversas patologias. Mas poucos idosos estão realmente ao corrente dessas implicações.

Gastroenterite
Apenas 49% dos idosos inquiridos que já sofreram de gastroenterite* estabelecem a ligação entre a doença e um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 53% da população geral

Infeções urogenitais
Apenas 45% dos idosos pesquisados que já sofreram uma ou mais infeções urogenitais* relacionam a doença com um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 55% da população geral
* Infeções do trato urinário como, por exemplo:
- cistite
- uretrite
- vaginose bacteriana
- vaginite
- infeção por fungos

Episódio(s) de perturbações intestinais e do aparelho digestivo
Só 45% dos idosos entrevistados que já sofreram de perturbações intestinais* veem a conexão entre a doença e um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 50% da população geral
* Perturbações intestinais como, por exemplo:
- inchaço abdominal
- flatulência
- dor abdominal,
- diarreia,
- obstipação - perturbações do trânsito

Diarreia associada a antibióticos
Dos idosos inquiridos que já tiveram uma ou mais diarreias associadas a antibióticos* apenas 52% estabelecem a ligação com um desequilíbrio na sua microbiota.
contra 53% da população geral

Problemas de pele
Somente 28% dos idosos inquiridos que já tiveram problemas de pele* associam o problema a um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 40% da população geral
* Infeções dermatológicas, tais como:
- dermatite atópica
- psoríase
- dermatite seborreica

Afeções dentárias
Entre os idosos entrevistados que já sofreram um ou mais problemas dentários*, apenas 30% associam o problema a um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 36% da população geral
* Afeções dentárias como:
- periodontite
- cáries
- úlceras

Doenças do foro otorrinolaringológico
Apenas 24% dos idosos interrogados que já tiveram uma ou mais perturbações do foro otorrinolaringológico* ligam a situação a um desequilíbrio da sua microbiota.
contra 33% da população geral
* Afeções otorrinolaringológicas como:
- otite
- sinusite
- rinite alérgica
- bronquite
- laringite
4. Profissionais de saúde: um elemento fundamental na instrução de idosos sobre a microbiota
De entre todos os grupos etários inquiridos, os idosos são os que mais consideram os seus profissionais de saúde como a fonte de informação mais fiável sobre a microbiota.
97% contra 94% da população geral
Embora os idosos depositem confiança nos seus profissionais de saúde, o facto é que continuam a receber muito pouca informação essencial sobre a microbiota

Instrução
Apenas 34% dos idosos inquiridos beneficiaram de explicações sobre o que é a microbiota e qual o seu papel e função.
contra 45% da população geral

Aconselhamento
De entre os idosos inquiridos, só 37% já receberam explicações sobre os bons comportamentos a adotar para manter uma microbiota saudável.
contra 48% da população geral

Probióticos e prebióticos
Entre os idosos inquiridos, somente 37% já receberam prescrição de probióticos ou prebióticos para o restabelecimento do equilíbrio da microbiota
contra 50% da população geral

Metodologia
Esta segunda edição do Observatório Internacional de Microbiotas foi levada a cabo pela Ipsos junto de 7.500 pessoas em 11 países (França, Espanha, Portugal, Polónia, Finlândia, Marrocos, EUA, Brasil, México, China e Vietname). Foram incluídos quatro novos países nesta segunda edição: Polónia, Finlândia, Marrocos e Vietname.
O inquérito foi realizado pela internet entre os dias 26 de janeiro e 26 de fevereiro de 2024. Relativamente a cada país, a amostra é representativa da população com idade igual ou superior a 18 anos em termos de:
- género
- idade
- profissão
- região
A representatividade foi assegurada através de amostragem por quotas, que é o método mais utilizado para a obtenção de uma amostra representativa da população estudada. As variáveis de quota para cada país consistiram no género, idade, região e categoria socioprofissional. Os dados foram retificados:
- no âmbito de cada país, novamente para se assegurar que cada população fosse representativa
- globalmente, para que cada país tivesse a mesma ponderação. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Cosi (M.L.I., França, 1994), com um nível de significância de 95%
A população do inquérito foi constituída por 48% de homens e 52% de mulheres. A média de idades foi de 46,1 anos. A amostra de 7.500 pessoas possibilitou a realização de uma análise detalhada por faixas etárias:
- 18-24
- 25-34
- 35-44
- 45-59
- 60 anos ou mais
As variações de um ano para o outro foram aferidas em termos homólogos, ou seja, calculadas tendo em conta apenas os países presentes tanto na primeira como na segunda edição do inquérito. Embora disponhamos de resultados relativos aos novos países incluídos nesta segunda edição (Polónia, Finlândia, Marrocos e Vietname), estes não foram contabilizados no cálculo das tendências, uma vez que não constavam da primeira edição do inquérito.
O questionário incluiu 27 perguntas sobre:
- dados sociodemográficos
- o grau de conhecimento sobre as microbiotas
- o nível e a vontade de obter informações dos profissionais de saúde
- a identificação e adoção de comportamentos destinados a combater os desequilíbrios da microbiota
- o nível de conhecimentos, de informação e de comportamentos das mulheres relativamente à microbiota vulvovaginal
- dados de saúde
O questionário teve a duração de dez minutos e os 7.500 participantes tiveram de preencher o questionário na íntegra para serem incluídos no inquérito. A terminologia utilizada no questionário para referir a microbiota foi traduzida e adaptada ao vocabulário utilizado em cada país.