A prevenção da vaginose bacteriana pode depender do que come

De acordo com um estudo, a ingestão reduzida de betaína, encontrada na beterraba, marisco, sêmea de trigo e espinafres, pode aumentar o risco de vaginose. A betaína também desempenha um papel fundamental na saúde hepática, cardiovascular e renal.

Publicado em 07 Julho 2020
Atualizado em 14 Maio 2024
Actu GP : La prévention des vaginoses bactériennes pourrait passer par l’assiette

Sobre este artigo

Publicado em 07 Julho 2020
Atualizado em 14 Maio 2024

45% Quase 1 em cada 2 mulheres afirmam fazer duches vaginais, apesar de serem prejudiciais para a sua microbiota vaginal

 

A vaginose bacteriana é uma perturbação feminina frequente e difícil de tratar causada por um desequilíbrio na microbiota vaginal e caracterizada por uma diminuição de lactobacilos e um aumento de bactérias potencialmente prejudiciais, especialmente a Gardnerella vaginalis. Apesar do tratamento com antibióticos, cerca de 60% das mulheres afetadas terão uma reincidência no ano seguinte.

Mudança de método

Uma vez que se suspeita que existe uma ligação entre os níveis de alguns nutrientes no sangue e o risco de vaginose bacteriana, foram realizados vários estudos, mas os resultados tendem a ser inconsistentes. Um novo estudo publicado na Reproductive Health aponta nesse sentido e adotando novos métodos, que têm por base zaragatoas vaginais ou endpoints clínicos que se focam principalmente na vitamina D. Para examinar a associação entre a utilização de suplementos alimentares e a vaginose bacteriana, analisaram a composição da microbiota vaginal de 104 mulheres jovens, 25% das quais com vaginose bacteriana. Os investigadores também analisaram a sua ingestão diária de micro e macronutrientes com base nas respostas a um questionário de referência. Os investigadores também fizeram uma revisão da literatura científica sobre o tema.

Maior ingestão de betaína?

Os cientistas conseguiram criar o perfil das mulheres com vaginose: estas mulheres fazem duches vaginais mais frequentemente, têm um alto índice de massa corporal e usam menos frequentemente um método de contraceção hormonal, em comparação com mulheres com uma microbiota vaginal equilibrada. Em geral, as que ingerem menos nutrientes têm um risco menor de vaginose. No entanto, a betaína é a única exceção, uma vez que a sua ingestão reduzida aumenta o risco. In vitro, essa substância parece estimular a sobrevivência de lactobacilos e a produção de ácido láctico, prevenindo a colonização por agentes patogénicos. Segundo este estudo, a microbiota vaginal promove o equilíbrio bacteriano direta ou indiretamente através da microbiota intestinal. Esta descoberta abre novas perspetivas para limitar o risco de vaginose, como aumentar a ingestão de betaína alterando a dieta ou usando suplementos alimentares.

 

Old sources

Fontes:

Tuddendham Susan, Ghanem Laura E., Rovner Lisha J. et al. Associations between dietary micronutrient intake and molecular-Bacterial Vaginosis. Reproductive Health.2019 Oct 22;16(1):151

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