Melhorar a definição de bancos de fezes para promover a adoção generalizada de TMF

A 22 de junho de 2019 vários especialistas internacionais em microbiota fecal – ou transplante de fezes ou transplante fecal – reuniram-se em Roma para chegar a um acordo relativamente às normas que deveria ser dadas aos bancos de fezes e proporcionar um Guia de Boas Práticas com o objetivo de promover a disponibilização desta técnica.

Publicado em 13 Julho 2020
Atualizado em 15 Julho 2024
Actu GP : Mieux définir les banques de selles pour déployer la greffe

Sobre este artigo

Publicado em 13 Julho 2020
Atualizado em 15 Julho 2024

O transplante de microbiota fecal (do termo em inglês FMT) é agora um tratamento reconhecido para a infeção recorrente por Clostridium difficile, porém não está a ter tanto êxito como devia. Isto pode dever-se à falta de centros especializados, às dificuldades em recrutar dadores ou à complexidade dos procedimentos. Ao aliviar os encargos administrativos dos hospitais, os bancos de fezes poderiam ajudar à adoção generalizada desta técnica. Contudo, a sua legislação, organização e estrutura são demasiado diversas para proporcionar a todos as mesmas garantias.

Aproximadamente trinta especialistas reuniram-se para estabelecer uma única definição de bancos de fezes e preparar um Guia de Boas Práticas. Após reverem a literatura científica, chegaram a um consenso em 6 tópicos: 1) os princípios gerais do FMT e do banco de fezes; 2) a seleção e o rastreio dos dadores; 3) a recolha, preparação e armazenamento de fezes: 4) os serviços e os clientes; 5) os registos, a monitorização dos resultados e as questões éticas; 6) a atualização das aplicações clínicas do FMT.

Recomendações fundamentais

Eis algumas das 40 recomendações publicadas com vista à promoção de uma doação de fezes segura:

  • Assegurar a proteção dos dados pessoais;
  • Só um gastroenterologista, um microbiólogo ou um especialista em doenças infeciosas, especializados em FMT são elegíveis para diretores de um banco de fezes;
  • As suspensões fecais são unicamente destinadas ao tratamento da CDI e à investigação, desde que os estudos tenham sido aprovados;
  • Os bancos de fezes estão sob o controlo das autoridades regulamentares do país a que pertencem;
  • A doação de microbiota fecal é voluntária, mas uma compensação financeira é possível de acordo com o país e com as regulamentações e normas aplicáveis;
  • O recrutamento dos dadores é conduzido com base num questionário que avalia todos os fatores de risco e que é necessário preencher antes de cada doação; critérios de inclusão: ter idealmente menos de 50 anos e não ter infeções resistentes a vários fármacos;
  • A identificação das fezes é baseada num código de barras único; o tempo entre a colheita e o armazenamento a -80 oC durante um máximo de 2 anos, não deve exceder as 6 horas;
  • Finalmente, os especialistas sugerem que as indicações para FMT devem ser alargadas aos casos mais graves de CDI, bem como às crianças.

A única indicação validada para TMF é a infecção recorrente associada ao Clostridioides difficile. Esta prática pode apresentar riscos para a saúde e deve ser realizada sob supervisão médica, não se reproduzir em casa!

O Biocodex Microbiota Institute é dedicado à educação sobre a microbiota humana para o público em geral e profissionais de saúde, não oferece nenhum conselho médico.


Recomendamos que você consulte um profissional de saúde para esclarecer suas dúvidas e demandas.

Old sources

Fontes:

Cammarota G, Ianiro G, Kelly Colleen R. et al. International consensus conference on stool banking for faecal microbiota transplantation in clinical practice. Gut 2019; 68: 2111–2121. 

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