Microbiota intestinal #12
Pelo Prof. Markku Voutilainen
Faculdade de Medicina da Universidade de Turku, Gastroenterologia, Hospital Universitário de Turku, Finlândia
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TRANSPLANTE DE MICROBIOTA FECAL (FMT) PARA LACTENTES NASCIDOS POR CESARIANA PARA RESTAURO DA MICROBIOTA INTESTINAL
A microbiota intestinal dos lactentes nascidos por via vaginal difere da dos lactentes nascidos de Cesariana (CS), uma vez que não são expostos a micróbios maternos durante o parto. Vários estudos relataram que a CS pode estar associada a consequências a curto e longo prazo, incluindo um risco maior de doenças imunitárias crónicas. Neste estudo, a eficácia e segurança do Transplante de Microbiota Fecal (em inglês FMT) foi avaliada com o objetivo de restaurar a microbiota intestinal de bebés nascidos por CS. Sete lactentes que nascerem via CS receberam um transplante de fezes da própria mãe na primeira alimentação com leite, e a composição da sua microbiota intestinal foi comparada com a de 82 bebés nascidos por via vaginal ou por CS que não se submeteram a FMT. Durante o seguimento de 3 meses, não foram comunicados efeitos adversos. Uma semana após o FMT, a microbiota intestinal dos lactentes CSD foi semelhante à dos lactentes nascidos por via vaginal, enquanto os lactentes CS sem FMT apresentaram uma menor diversidade microbiana. O FMT corrigiu a microbiota bacteriana dos lactentes nascidos por CS através da rápida normalização de Bacteroidales, que foi mais baixa no grupo CSe também reduziu os potenciais agentes patogénicos típicos dos lactentes CS. Este estudo de prova de conceito mostrou que o FMT normaliza o desenvolvimento de microbiota intestinal em bebés CS.
CESARIANA E RISCO DE ASMA INFANTIL
Os autores analisaram os efeitos do parto por Cesariana (CS) na composição da microbiota intestinal durante o primeiro ano de vida e estudaram se as perturbaçõesestariam associadas a um risco de desenvolvimento de asma nos primeiros 6 anos de vida. Incluíram 700 crianças da coorte COPSAC2010 (Copenhagen Prospective Studies on Asthma in Childhood2010), das quais 22% (151) nascidas por CS e 78% (549) por parto vaginal. A composição da microbiota intestinal variou com o modo de parto: os bebés nascidos por CS tiveram uma menor abundância de Bacteroidetes e Actinobacteria com 1 semana de idade, mas a abundância de Firmicutes e Proteobactérias foi maior em comparação às crianças nascidas por via vaginal. Quanto ao género, apenas 3 crianças de um 1 ano de idade e de parto por CS foi associado a uma maior abundância relativa de um género pertencente à família Enterobacteriaceae e Escherichia/Shigella. Foi identificado um perfil microbiano que previa o tipode parto com uma semana, um mês e um ano de idade, e as crianças nascidas de CS mantiveram uma microbiota intestinal com com um risco três vezes maior de desenvolver asma aos 6 anos de idade. Este aumento do risco de asma melhorou nas crianças nascidas de CS cuja microbiota intestinal com 1 ano de idade se assemelhava à das crianças nascidas por via vaginal, indicando que a maturação saudável de uma microbiota intestinal, CS disbiótica poderia melhorar parte do risco de asma associado ao parto por CS.