Microbiota 12 - Abril 2021
Caros leitores,
Durante mais de um ano, as nossas notícias têm girado em torno de uma palavra de duas sílabas à qual foi acrescentado um número: Covid-19. Não passa um dia que não seja publicado um artigo de imprensa, uma notícia no jornal, rádio ou televisão dedicados a esta pandemia global. O motor de busca Google é um bom exemplo e um bom indicador: mais de 5,6 mil milhões de pedidos para “Covid-19”, 43 milhões para “sintomas da Covid-19”, 10 milhões para “microbiota e Covid-19”. As notícias médicas não param. Faça a experiência e digite “Covid-19 microbiota” no motor de busca PubMed e surgem cerca de 300 publicações!
Esta emulação científica é uma boa notícia: a investigação está a progredir. Rapidamente. Permite uma melhor compreensão da pandemia: modo de transmissão, sintomas, prevenção, tratamentos... Tantos progressos em pouco mais de um ano! Mas muitas questões permanecem, nomeadamente sobre a ligação entre a Covid-19 e a microbiota. Este vírus tem impacto nos seres humanos através de uma perturbação da sua microbiota? Ou as modificações da microbiota são a consequência da infeção pelo vírus? Algumas publicações mostram que a disbiose intestinal persiste de forma duradoura após o desaparecimento dos sintomas, mas até quando? E quanto ao papel da microbiota nos casos de Covid de longa duração? O artigo do Professor Tao Zuo dá algumas pistas.
Outras questões permanecem, nomeadamente sobre o envolvimento da microbiota intestinal na resposta imunitária à infeção pelo vírus e sobre a gravidade dos sintomas. Esta é uma oportunidade para voltar aos princípios básicos do diálogo entre a microbiota e a imunidade intestinal, que começa logo na vida fetal. Não há dúvida de que, nos próximos meses, novas publicações irão levantar ainda mais o véu sobre esta “jovem” pandemia e as suas interações com a microbiota intestinal. E quem sabe, podem surgir potenciais meios de prevenção. Novos conhecimentos a descobrir nas próximas edições de Microbiota!
Boa leitura.
BMI 21.03