Mosquito tigre asiático: usando a pele como logro olfativo

Alguns compostos voláteis produzidos pela nossa microbiota da pele poderão ser usados como armadilhas à base de odor para atrair mosquitos tigre asiáticos, que são vetores de muitas infeções, e assim limitar a sua propagação.

Publicado em 13 Julho 2020
Atualizado em 18 Junho 2024
Actu GP : Moustique-tigre : utiliser la peau comme piège olfactif

Sobre este artigo

Publicado em 13 Julho 2020
Atualizado em 18 Junho 2024

Os mosquitos tigre (também conhecidos como Aedes albopictus) são originários do Sudeste Asiático, mas rapidamente se espalharam por todos os continentes. Apenas a Antártida se mantém livre da sua presença! A capacidade das fêmeas transmitirem nada mais nada menos que 19 vírus (incluindo o dengue, o chikungunya e o zika) torna-o num verdadeiro flagelo para a saúde, sendo necessária uma ação urgente.

Atraídos por algumas peles

Sabe-se que os mosquitos tigre são atraídos, entre outras substâncias, pela transpiração humana. Mas não por uma qualquer: alguns indivíduos são sistematicamente picados enquanto outros são totalmente ignorados por estes sugadores de sangue! Esta injustiça pode dever-se à concentração de alguns compostos voláteis na transpiração (o ácido láctico, a acetona...) que são responsáveis pelo odor da pele. Contudo, estes compostos são segregados tanto por glândulas sebáceas como por bactérias da microbiota da pele. A composição desta última poderá ser a explicação para a atração dos mosquitos tigre por alguns indivíduos.


Um poder de atração variável

Uma equipa de investigação francesa quis identificar os compostos associados ao poder de atração ou repulsão dos mosquitos tigre fêmea nas bactérias da microbiota da pele de 12 voluntários. Primeiro descobriram que três bactérias que estão naturalmente presentes na nossa mocrobiota da pele (a Staphylococcus saprophyticus, a Klebsiella rhizophila e a Kylococcus sedentarius) atraem insetos, enquanto outras duas bactérias (a Corynebacterium tuberculostearicum e a Staphylococcus hominis) os repelem. Depois, a equipa observou que duas moléculas estavam associadas a atrair espécies, mas apenas quando eram secretadas em grandes quantidades; em pequenas quantidades, ao contrário, estavam associadas a uma das duas bactérias que repelem.

Novas armadilhas à base de odor

Segundo os autores, estas descobertas poderão abrir caminho para o desenvolvimento de novos métodos de prevenção de picadas de mosquito tigre, com o objetivo de parar o crescimento de bactérias “atrativas” ou de modificar a sua capacidade de produzir compostos voláteis que atraem insetos.

Old sources

Fontes:

Michalet S, Minard G, Chevalier W et al. Identification of human skin bacteria attractive to the Asian Tiger mosquito. Environ Microbiol. 2019

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