Embora microbiota intestinal seja a mais conhecida, a mais importante e mais estudada, esta não é a única comunidade microbiana existente no nosso organismo. Bactérias, vírus e leveduras colonizam todos os nossos fluidos corporais, mesmo os mais íntimos. Uma equipa de cientistas americanos decidiu identificar e analisar os microrganismos presentes no sémen utilizando uma técnica normalmente usada para avaliar se os genes são ou não funcionais. O seu objetivo era verificar se esta seria uma abordagem adequada para avaliar a diversidade da microbiota no sémen.
Menos rica, mas mais diversificada que a microbiota vaginal
Os microrganismos residentes no trato genital masculino, provém principalmente do contato direto com as mulheres durante a relação sexual. A Escherichia coli, que está relacionada com infeções genitais e uretrais, é a bactéria mais frequentemente observada. A microbiota genital masculina compartilha 85% das suas espécies bacterianas com a microbiota vaginal, mas é menos abundante e mais diversificada.
Uma amostra infetada
Os investigadores analisaram o sémen de 85 homens que estavam num relacionamento heterossexual. A técnica utilizada permitiu identificar as principais bactérias que colonizam o trato genital masculino. Apenas uma amostra apresentou uma mistura microbiana muito diferente, mostrando um conteúdo particularmente elevado em Streptococcus agalactiae. Esta espécie bacteriana é responsável por infeções sexuais em homens e mulheres e pode provocar aborto espontâneo ou natimorto. A sua abundância é difícil explicar, sendo a causa mais provável a infeção pelo parceiro.
Uma técnica de diagnóstico eficaz
Os investigadores concluem que esse novo método parece ser tão eficaz no diagnóstico da colonização bacteriana ou infeção do sémen quanto o método tradicionalmente usado para analisar a microbiota humana.