Paredes vegetais: a natureza no escritório faz bem à pele
As plantas fazem bem à pele? E ao nosso sistema imunitário? Não, não falamos do creme de hamamélis ou do óleo de amêndoas doces, mas de paredes interiores de plantas! Um estudo demonstrou que sua instalação nos nossos locais de trabalho não possui apenas virtudes ecológicas. Tais paredes ajudarão a equilibrar a microbiota da pele e a regular o sistema imunitário das pessoas que lá trabalhem.
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Sobre este artigo
Ao longo de décadas, a urbanização e as suas infraestruturas modernas têm diminuído a nossa exposição aos microrganismos ambientais. A consequente melhoria das nossas condições de higiene, permitiu-nos protegermo-nos de muitas doenças infecciosas.
Mas a nossa microbiota definha sem o contacto com os ecossistemas bacterianos naturais das plantas, da terra, da água, etc.. E essa ausência do mundo vegetal tem consequências para a nossa saúde: segundo os cientistas, o estilo de vida citadino (rotina transportes-trabalho-casa) promoverá alergias e doenças com componentes autoimunes. A nossa pele não está ao abrigo disso: a urbanização modifica o equilíbrio microbiano da pele.
No entanto, um pouco de vegetação pode ajudar a reequilibrar: a nossa microbiota cutânea enriquece-se quando passeamos nos espaços verdes urbanos e a das nossas crianças diversifica-se se elas frequentarem infantários com plantas. Mas como é que podemos aproveitar os benefícios das plantas se vivemos fechados 8 horas por dia num escritório?
Paredes vegetais: a microbiota da pele semeada de novo...
Investigadores finlandeses1 instalaram em gabinetes universitários separadores vegetais com circulação de ar. O princípio é básico: o ar interior é impulsionado através das plantas verdes (filodendros, Dracaena, fetos e outras) mediante o recurso a ventiladores. Compararam-se as amostras de pele e de sangue do pessoal que trabalha nesses gabinetes verdes com as de colaboradores que trabalhavam em salas sem vegetação.
Resultados: a abundância de lactobacilos e a diversidade de proteobactérias da pele, que se sabe participarem no equilíbrio da microbiota cutânea e na proteção contra microrganismos nocivos, aumentaram rapidamente nas pessoas que beneficiaram de instalações “verdes”. Os cientistas constataram também no sangue dessas pessoas uma diminuição da presença de uma citoquina pró-inflamatória e um aumento de outra (sidenote: Citoquina Pequena proteína que participa nas comunicações entre as células, em particular no sistema imunitário. Cytokines: Introduction_British Society for Immunology ) que participa na regulação da resposta imunitária.
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De acordo com os autores do estudo, as paredes vegetais com circulação do ar equilibram a humidade da atmosfera e libertam esporos ou bactérias das plantas (inclusivamente proteobactérias), os quais se depositam na pele. A capacidade das plantas de filtrarem os poluentes atmosféricos terá também um efeito positivo na microbiota cutânea. De qualquer das formas, os separadores vegetais acabam por ser tão agradáveis à vista como potencialmente benéficos para a nossa saúde. Enquanto se aguardam novos resultados do estudo, será que devemos levar os nossos vasos com as plantas favoritas para o nosso local de trabalho?
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