O papel da microbiota intestinal nas infeções respiratórias

Existem muitas doenças que podem afetar os nossos pulmões. As infeções respiratórias são objeto de muitos estudos principalmente durante o período de pandemia que atravessamos. O envolvimento da microbiota intestinal em determinadas doenças respiratórias abre caminhos para novas opções terapêuticas. Contudo, ainda precisamos de entender melhor os mecanismos subjacentes.

Publicado em 14 Julho 2020
Atualizado em 25 Junho 2024
Actu PRO un lien etabli entre microbiote intestinal et infections respiratoires

Sobre este artigo

Publicado em 14 Julho 2020
Atualizado em 25 Junho 2024

Um eixo intestino-pulmão

Recentemente, investigadores redescobriram o papel fundamental da microbiota intestinal nos nossos mecanismos de defesa contra infeções. De facto, alterações na composição da microbiota intestinal (disbiose) que pode afetar a nossa resposta imunitária e, como resultado, poderá estar relacionado com o aparecimento de determinadas doenças respiratórias, como a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e infeções respiratórias. Cientistas australianos lançaram agora novas pistas sobre a relação entre a microbiota e o eixo "intestino-pulmão".

Foco na asma e DPOC

No caso da asma, a redução de certos componentes bacterianos nas fezes (lipopolissacarídeos), além de revelar disbiose intestinal, parece estar associada ao risco de desenvolver sintomas. Já na DPOC, embora seja ainda difícil especificar se as alterações na microbiota intestinal ou na microbiota respiratória são a causa ou a consequência da doença, sabe-se que existe uma relação inegável "intestino-pulmão".

O efeito protetor da microbiota intestinal

Por fim, e no caso das infeções respiratórias, o efeito protetor da microbiota intestinal tem sido amplamente reconhecido: vários estudos demonstraram uma relação de causa-efeito entre o desequilíbrio na microbiota e as interrupções nos mecanismos de defesa imunológica e o desenvolvimento de infeções respiratórias bacterianas ou virais. Aliás, determinadas cepas probióticas (particularmente determinados lactobacilos e bifidobactérias) demonstraram utilidade clínica nessas circunstâncias. Segundo os investigadores, embora sejam necessários estudos adicionais para entender melhor a relação entre a microbiota intestinal e as doenças respiratórias, o resultado abre caminho para o lançamento de novas opções terapêuticas.

Para saber mais sobre a microbiota intestinal

Old sources

Fontes:

Budden KF et al. Emerging pathogenic links between microbiota and the gut–lung axis. Nature reviews Microbiology 15, 55–63 (2017)

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